Voltando as questões de saúde.
No Brasil os planos de saúde particulares estão muito difundidos, a maioria da população luta para ter um e assim não ter que passar o calvário nas filas dos hospitais públicos.
Chegando aqui em Portugal a maioria do pessoal tenta imediatamente fazer tudo o que fazia no Brasil, sem antes tentar perceber como as coisas funcionam em um país diferente.
No caso dos planos de saúde acontece muito isso. A brasileirada chega aqui e vê os preços dos planos de saúde super baixinho, em torno de 20 a 50 euros por mês, digo baixinho em relação ao custo dos planos de saúde no Brasil, que podem chegar facilmente a mais de 500 reais por mês.
Então, vendo logo um preço assim tão reduzido, todo mundo começa a fazer planos de saúde, e se esquecem de se informar e ver que, assim como no serviço público, os planos de saúde são comparticipados, ou seja, você vai pagar um pouquinho cada mês, mas todo serviço que você utilizar, desde uma simples consulta, até internações vão ter um custo adicional. Em média a comparticipação de uma consulta fica em torno de 12,50€, acresce a isso uma taxa anual de adesão, que fica em torno de 50 euros e sempre há reajuste do preço do plano por ano.
Já vi muitos casos de brasileir@s arrependid@s de terem feito planos de saúde para mesmo assim terem que pagar quando usa, sabendo que no serviço público se paga bem menos.
Outro alerta! Apesar de estarmos em um país de "primeiro mundo", isso não quer dizer que a medicina aqui é melhor ou pior do que no Brasil. Aqui cometem-se muitos erros médicos, há discriminação de médicos e outros profissionais de saúde em relação a imigrantes e também há especialidades médicas que são boas aqui em Portugal e no Brasil não, e vice-versa. Temos no Brasil algumas áreas muito avançadas em medicina, que podem ser melhor tratadas lá. Portanto se tiver dúvida sobre algum diagnóstico, peça outra opinião até se sentir confortável e segura(o) do seu encaminhamento médico.
Agora uma outra informação. Se você ficar doente, algo não muito grave, uma indisposição, uma espinhela caída, ou outra ziquizira qualquer, e você faltar ao trabalho e o médico te der uma baixa médica de 1,2 ou 3 dias, essas baixas serão descontadas do seu salário. Só uma baixa acima de 3 dias de falta é que não há desconto. Mas atenção, quem cobre os seus dias de falta é a Segurança Social, ou seja, por exemplo: você recebe do médico uma baixa de 5 dias, e vai a segurança social entregar essa baixa para receber os cinco dias, não é o patrão que paga as suas faltas, ele irá descontar do seu salário e o complemento virá posteriormente pela Segurança Social. Tudo isso claro se seu patrão faz os devidos descontos salariais para a Segurança Social, e se os faz em dia, porque se houver alguma dívida ou furo nas suas contribuições você perde todo o direito.
Caso você não tenha descontos, seja lá pelo motivo que for, e venha a ficar doente e precise faltar, vá mesmo assim ao médico, peça uma declaração com os motivos da sua doença, com os dias que precisa ficar em casa e toda informação que puder. Digo isso porque quando o trabalhador tem uma relação precária de trabalho e falta por motivos de doença, muitos patrões se aproveitam dessa situação para fazer uma demissão por justa causa, por você ter faltado ao trabalho, e se você tiver papéis que comprovem que você se ausentou por motivos de saúde você pode recorrer a essa demissão arbitrária.
Portanto minha gente, vamos cuidar da saúde, não vamos ter medo de ir aos hospitais. Se você não cuidar de si, ninguém mais o fará!
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