sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Brasileir@s - @s mais devolvid@s

Deu semana passada a seguinte notícia:

Brasileiros são os mais barrados em aeroportos da Europa no 1º trimestre - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão
Europeia, Jose Manual Barroso, não perdem a oportunidade de declarar
que Brasil e União Europeia (UE) são aliados. Mas, nas fronteiras, a
realidade é diferente. Dados da Frontex - agência europeia de controle
de fronteiras - mostram que, no primeiro trimestre de 2010, os
brasileiros foram os mais barrados em aeroportos da Europa.
(O Estado de São Paulo, 07/09/10:

Desde 2008, quando foi aprovado pelo parlamento europeu a Diretiva do Retorno, ou popularmente chamada de diretiva da vergonha, que as fronteiras da Europa estão ficando cada vez mais estreitas, ou seja a maré não está para peixe.
   Hoje a dica vai para quem está mesmo prestes a viajar. Primeiro é preciso entender que qualquer pessoa pode ser deportada, e o que esta onda de deportações demonstrou foi exatamente isso. Desde brasileiros turistas, candidatos a imigrantes, até doutores palestrantes de congressos internacionais foram deportad@s.
   Mas como acontece o processo? 
   Quando você chega ao aeroporto, você passa pela imigração onde uma pessoa vai olhar teu passaporte, tua passagem, vai olhar para tua cara e pode te deixar passar ou não. As vezes lhe fazem algumas perguntas, e como já falei no post Ninguém é Ilegal, brasileir@ gosta de falar, e começa a dar elementos para qualquer tipo de desconfiança.
   Sendo barrad@ na imigração você é levad@ para uma "salinha" ou para os Centros de Instalações Temporárias, que são uma espécie de mini prisões que existem sempre perto dos aeroportos e para onde são levadas as pessoas que serão deportadas. Nesses locais é onde geralmente você será interrogad@. Em Portugal 50% das pessoas que se encontram nos Centros de Instalações Temporárias são brasileir@s.
   Importante sempre nesses casos é manter a calma, por mais que usem de todos os métodos psicológicos de intimidação, e acredite vão usar. Vão te perguntar de tudo um pouco, e repetidas vezes as mesmas perguntas para ver se você cai em contradição e também para te cansar. É fundamental sempre responder o mínimo necessário. Peça, se for o caso, a presença de um tradutor (a), e se não entender as perguntas, peça para repetirem.
   Os relatos sobre os "Centros de Detenção temporária" sempre remontam à falta de comida, maus tratos, isolamento, falta de informação, etc. Sabendo que será deportad@, não se sinta derrotad@, sempre exija seus direitos. Peça água quando tiver sede, peça comida quando tiver fome, peça um agasalho se tiver frio. Você tem direito a uma ligação e receberá um cartão telefônico internacional para isso. Antes de ligar pense bem para quem vai ligar, lembre das diferenças de horários para conseguir achar as pessoas, dê preferência para ligar a telefones fixos para durar mais a ligação, pense antes no que vai falar, procure ligar para uma pessoa mais calma e conte a situação, peça para que essa pessoa entre em contato com o consulado brasileiro do país em que você se encontra e informe sobre a sua situação. Atenção: nunca assine nenhum papel sobre pressão sem antes ter completo conhecimento do que está assinando, e lembre-se sempre de manter a calma.
   Ser deportad@ não é uma experiência agradável, e muitas violações dos direitos humanos são cometidas nessas situações. Portanto se isto acontecer contigo, ou se já aconteceu,  denuncie! Fale, divulgue, bote a boca no trombone, pois só assim, tanto os governos brasileiros, quantos os europeus serão responsabilizados sobre o que está se passando.
   Vale lembrar que a minha intenção neste blog não é de assustar ninguém, mas sim dar algumas dicas para aquelas pessoas que porventura venham sofrer alguma situação desconfortável em sua viagem ou processo de imigração. Muita gente desconhece em absoluto o universo fora de seu país de origem, e minha intenção é fazer saber que há coisas a ter muita atenção.
   E já sabe, qualquer coisa é só chamar!

Ps: post com o apoio de Benoit Guichard






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