terça-feira, 7 de setembro de 2010

OUVIRUNDUM!

   Hoje é feriado no Brasil. O Dia da Independência. O Brasil deixava de ser colônia portuguesa em 1822.
Aqui em Portugal a data passa completamente despercebida, eu mesma só fui me dar conta por uns posts sobre o assunto no Facebook.
   Nesses quase 200 anos de independência muitas águas rolaram e nessas águas vinham de lá para cá muitos portugues@s e brasileir@s, atravessando o Atlântico sempre em busca de melhores condições de vida.
Hoje fala-se muito nas comunidades dos países de línguas portuguesas as CPLPs, uma tentativa bonitinha de ter algo de bom para extrair do flagelo que foram as colônias portuguesas (que o diga os países Africanos). Seria uma boa iniciativa se começassem por tratar bem, com o mínimo de dignidade a todos os imigrantes dos países da CPLP, era um bom exercício para começar a por abaixo todo e qualquer mecanismo de xenofobia tão reinante na Europa hoje em dia.
   Essa coisa de lusofonia é engraçada, porque querem promover a circulação de cultura, da língua, de idéias, de projectos, de economia, de um tudo, só não facilitam a circulação de pessoas! Nisso nossos governantes também tem lá sua parcela de culpa, porque muito pouco é feito, falado, discutido ou acordado sobre as condições em que seus cidadãos se encontram em outros países enquanto imigrantes.
   Para mim uma reunião de CPLP deveria começar assim: Então como vai a circulação lusófona por esse mundo? Não era lindo!!! Era, mas agora já estou sonhando demais. Em resumo, o que vemos na verdade é que, pela fachada da CPLPs vai se praticando um neocolonialismo, do qual infelizmente, o Brasil tem lá sua parcela de imperiozinho.
 Aos imigrantes resta-lhe uma fila em separado nos portões da imigração nos aeroportos, onde está escrito: Cidadãos CPLP, só esqueceram de adicionar a informação: não é garantida a entrada!


E agora um hino de independência!


A INTERNACIONAL

De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, ó produtores!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional

Senhores, patrões, chefes supremos,
Nada esperamos de nenhum!
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair desse antro estreito,
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós diz respeito!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.

Crime de rico a lei cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.

Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!
Bem unido façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.

Nós fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.

Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasitas deixai o mundo
Ó parasitas que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional.

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